A origem do tradicional bordado Richelieu é atribuída ao Cardeal Richelieu, da corte do Rei Luis XIII da França. Diz-se que nessa época, o religioso criara oficinas para produzir vestes bordadas para os membros da monarquia. A técnica consiste em cobrir o desenho feito à mão sobre o tecido, com o bordado de uma máquina guiada pelas mãos das artesãs. Depois, dependendo do modelo a ser feito, vaza-se o desenho cortando certos espaços. Resultando em um rico trabalho de cheios e vazios. Essa técnica foi batizada pelos italianos como Punto Tagliato, já os franceses a denominaram Point Coupé, ou seja, ponto cortado.
O bordado da Ilha da Madeira tem traços semelhantes ao bordado Richelieu. Ambos utilizam tecidos nobres, como a cambraia, o linho e percal para desenvolver suas peças. Esse bordado é tradicionalmente branco no branco, mas aos poucos cores foram sendo introduzidas e hoje a beleza dessa arte já reflete todos os tons. No Brasil, como em Portugal, esse trabalho artesanal foi por muito tempo utilizado apenas pela corte e nos aparatos e vestes religiosas, mas a riqueza e a fama desses nobres pontos foi disseminada e hoje são produzidos cada vez mais artigos finos para enxoval de casa e bebê, além de peças de moda exclusivas para a alta costura.